Pisos de concreto com revestimentos de alto desempenho ou pinturas – exigências para um bom desempenho.
O revestimento de pisos de concreto com pinturas é uma prática muito comum em pisos onde há altas exigências devido à agressividade de agentes externos. Exemplos são locais com incidências de quedas de produtos químicos de diversas categorias, que necessitam de uma limpeza rápida, ou de salas limpas farmacêuticas e de alimentos. Outro tipo de exigência ocorre nas indústrias por quedas de peças, como também os revestimentos de alto desempenho (conhecidos como RAD) para locais de alto tráfego de equipamentos ou cargas especiais. Há ainda os revestimentos específicos para controle de cargas elétricas. Além disso, há os casos puramente estéticos, como escolas, academias, recepções, call-centers e outros.
Em qualquer um desses exemplos, o piso de concreto, seja industrial, comercial ou residencial, requer uma preparação especial para receber a pintura ou resina. Sobre esse assunto vamos falar nesse breve artigo.
Há diversos tipos de revestimentos e pinturas, sendo os mais comuns de resinas acrílicas, poliéster, poliuretano, epóxi, uretano e éster-vinílico. A escolha será indicada de acordo com a necessidades de agressividade e de acabamento desejado. Há tabelas típicas de agressividade e capacidade resistente para estas diversas resinas, o que deve ser diretriz para a especificação de projeto. Além disso, há várias necessidades de detalhamento de rodapés, cantos, juntas e contornos de inserts, por exemplo.
Para a aplicação do revestimento, é essencial que não haja umidade do concreto acima dos limites de cada fabricante, limitando-se em geral a 5 %. Isto vale para todos os revestimentos, desde os mais delgados como as pinturas de décimos de milímetros, assim como pinturas de alta espessura, de camadas múltiplas e com carga de pintura para 0,5 mm ou mais conforme o caso, multicamadas (multilayer) com cargas para obter superfícies antiderrapantes. Há também os revestimentos com incorporação de partículas arquitetônicas, autonivelantes com espessura de 2 mm ou mais para proteção a agentes agressores químicos, ou argamassa espatulada em que, além da agressão do ambiente, há tráfego de empilhadeiras.
Esta determinação de umidade é realizada com equipamento específico para concreto e dentro das tolerâncias de umidade ambiente (higrômetro de superfície). É importante também que não haja possibilidade de umidade ascendente das camadas inferiores de suporte do piso, ou de condensação por diferença de umidade e temperatura entre as faces inferior e superior, como é comum em lajes revestidas na parte superior.
Independente do estado e acabamento do concreto, o aplicador deve remover uma fina camada do concreto para a formação de ancoragem e limpeza, garantindo boa aderência do produto de ponte de aderência e das camadas posteriores de revestimento.
Nos casos em que haja imperfeições grosseiras ou danos localizados, estes devem ser tradados antecipadamente com a melhor técnica para a patologia específica, utilizando produtos adequados.
As patologias mais comuns são as de formação de bolhas por umidade ou óleo ascendente. Para evitar isso, o piso precisa ser devidamente tratado nos casos em que haja impregnação com diversos tipos de oleosidade, locais com destacamento por falha de aplicação ou de contaminação no misturador, ou ainda juntas danificadas por falta de detalhamento de projeto para cada revestimento.
É essencial também observar a alteração de tonalidade ou até de coloração ao longo do tempo, e a perda das propriedades por incidência de insolação e exposição a iluminação com emissão de raios UV. Por fim, como em qualquer piso, as juntas continuam nestes revestimentos sendo as grandes vilãs para a formação de patologias. Portanto, sua redução ou tratamento são essenciais, conforme especificação de projeto.